Durante a minha gravidez fiz uma serie de projetos tricô à mão para receber o meu bebé com as peças mais sentimentais. Uma dessas pecas foi este macacão de tricô feito à mão da petite knits, as Teddy Pants.
De todos os projetos que fiz para o meu bebé, este era aquele que eu mais queria terminar! Não por estar farta dele mas porque queria muito poder contemplar as dimensões. Não podia acreditar como, com apenas 3 meses (eu fiz as Teddy Pants no tamanho 3 meses), já somos tão crescidos. As Teddy Pants, por serem um macacão, estavam a dar-me já os primeiros calafrios sobre a rapidez do crescimento que o meu bebé iria ter.
É incrível como fazer um projeto à mão, com o empenho de uma pré-mamã, pode dar-nos pequenos vislumbres sobre a preciosidade da vida e do seu desenho perfeito. Hoje, o meu filho já ultrapassou em muito o tamanho destas Teddy Pants que guardarei com muito carinho para me relembrar, mais tarde, do tamanho que ele já teve.
Claro que também fiz o gorro e as meias, mas abordarei isso num outro post.
A lã do macacão de bebé Teddy Pants
Eu escolhi trabalhar com a lã Merino – Knitting for Olive que comprei na minha Ovelha Negra. Foi a primeira vez que usei esta lã e confesso que adorei o resultado. Não só a acho adequada para este projecto, como prevejo que seja excelente para outros projectos em Jersey que não precisem de ser muito grossos. Usei restos de fio de algodão dos meus projetos de amigurumi para bordar os olhos e o focinho mas também podem usar outra lã ou até mesmo linha de bordar perlé, por exemplo. O meu conselho é que não apertem demasiado o ponto e que sejam consistentes a preencher os olhos. Se quiserem dar-lhes algum volume, podem começar por fazer pontos de preenchimento horizontais e só depois fazer uma camada de pontos verticais.
Molas ou velcro?
Eu coloquei molas para apertar as alças mas acho que um velcro (se encontrarem na cor correcta) também é uma boa opção! Sinceramente, eu descobri que as molinhas nas roupas de bebé são um flagelo que eu não consigo compreender nos dias de hoje: levam muito tempo a apertar para a paciência dos bebés e dos pais e exigem uma precisão que os seus movimentos também não permite. Hoje, para mim, não há nada como um fecho-ecler!
Há poucas coisas tão confortáveis e com tanto significado do que uma vela acesa. Como referi num dos últimos posts, aguardamos em breve a chegada de um bebé. Se até alguns meses atrás o sentimento era sobretudo de entusiasmo pela novidade, os preparativos, o desfrutar da gravidez, agora o maior sentimento é da espera paciente, do receio e da expectativa. É um sentimento que parece precisamente a chama de uma vela que se mantém acesa, a aguardar. Por coincidência ou não, este período coincide com o inverno, um tempo que por si mesmo também nos incentiva a recolher, parar e esperar, agarrados a uma pequena chama na escuridão da estação.
Apreciar a luz de uma vela
Há uns anos atrás eu seria a primeira a querer ultrapassar rapidamente estes meses frios e cinzentos. Mas desde há uns dois ou três anos atrás que aprendi a abraçar com entusiasmo o conforto das características desta estação e deixar-me envolver pelos ambientes e crafts que associo ao inverno: a cozinha de inverno, os passeios de nariz frio, os momentos a apanhar o raro sol que espreita por poucas horas, os serões de tricô, as séries e filmes para por em dia, as pilhas de livros para ler, as velas acesas ao anoitecer. Todas estas coisas nos impelem para uma espécie de hibernação com um aroma, uma luz e texturas muito particulares e que parecem captar-se ao longo da história, como nos mostram os filmes, os livros e as histórias dos mais velhos.
Numa tentativa de honrar este sentimento que parece prolongar-se no tempo, resolvi fazer velas. As mais fáceis, mas também as mais bonitas, que alguma vez experimentei: velas de folhas de cera de abelha.
Velas de cera de abelha
Para fazer as velas de cera de abelha precisam apenas de:
folhas de cera de abelha
pavio
secador de cabelo
Em primeiro lugar corta-se a folha de cera de abelha para o tamanho da vela que queremos fazer. Eu usei a largura de uma folha A4 para a altura da minha vela e decidi usar todo o comprimento de uma folha A4 para a espessura da minha vela. Mas quaisquer medidas funcionam. Não recomendo porém fazerem uma vela muito espessa porque correm o perigo de criar o efeito de túnel no qual o interior da vela derrete mas o exterior não o acompanha.
Em segundo lugar corta-se o pavio com cerca de 2cm mais comprimento do que a altura da nossa vela e sobrepomos o pavio sobre uma das extremidades da folha de cera de abelha igual à altura da nossa vela.
Usando o secador de cabelo aquece-se ligeiramente a extremidade da folha de cera de abelha na qual está o pavio até que fique mole ao ponto de se moldar. E começa-se a enrolar a folha de cera de abelha sobre o pavio com atenção para não a partir (podemos aquecê-la um pouco mais para prevenir que parta).
Continua-se o processo de aquecer e enrolar até a folha de cera de abelha se esgotar. Corta-se o pavio a cerca de 1cm na extremidade a acender e rente à cera na extremidade do fundo da vela. E já está: temos a vela com a cor, a luz e o aroma perfeitos para abraçar o último mês de inverno acompanhados de um livro e uma chávena de chá debaixo de um cobertor!
Antes do Natal acabar, queria partilhar convosco uma receita rápida de chocolates Biscoff. Ainda ontem os fiz porque precisava de esperar para os fazer o mais frescos que pudesse antes de os oferecer. Depois de provar estes chocolates Biscoff, pensei que mal podia esperar para os partilhar convosco. É o postal de Natal perfeito, mesmo na véspera de Natal!
Este ano…
Este ano, os meus maiores esforços durante a época natalícia têm sido preparar uma casa feita à mão para o nosso bebé. Por causa disso, não partilhei muitas ideias para presentes de Natal. Contudo pode encontrar aqui muitos posts de Natal. Mas ultimamente tenho-me esforçado por oferecer presentes consumíveis. Um doce ou outro tipo de “goodie” feito à mão é a melhor ideia para isso!
Receita de chocolates Biscoff
Adaptei a minha receita a partir da receita partilhada pela Madeleine, embora não tenha usado chocolate vegan. Se usar chocolate vegan, estes chocolates Biscoff são 100% vegan, uma vez que tanto os biscoitos Biscoff como a pasta são vegan.
Segui todas as instruções na receita original, mas adaptei um pouco os ingredientes e as quantidades. Para a minha receita, utilizei:
– 250g de bolachas Biscoff (é uma quantidade mais fácil uma vez que corresponde a um pacote completo de bolachas Biscoff)
– 200g mais 10-50g de spread Biscoff. Pode ir-se tão longe quanto os 250g de spread, mas acho que a melhor ideia é adicionar os últimos 50g cuidadosamente para ajustar a massa à consistência certa. Descobri que, aqui em Portugal, o melhor resultado é cerca de 220g de Spread no Inverno. No Verão, vou apenas adicionar 200-210g. Isto evita que os chocolates derretam demasiado depois de saírem do frigorífico. O importante é que a massa seja moldável à mão. É esse o ponto!
– 200g de chocolate preto bom. Usei chocolate culinário porque temos uma ou duas boas marcas de chocolate culinário aqui em Portugal. No caso de não encontrar as minhas favoritas, optarei pelo melhor chocolate preto regular que encontrar. Se quiser fazer estes chocolates Biscoff vegan, basta usar chocolate vegan.
A partir daqui segui as instruções da Madeleine e voilà! Os chocolates mais fáceis do mundo que são suaves e picantes. Uma receita muito festiva para experimentar e oferecer.
Espero que tenham o melhor Natal de 2022! Obrigado por continuarem a seguir!
Já experimentei uma série de receitas de pão de sourdough com sucesso (umas vezes mais, outras menos) todas têm algum grau de flexibilidade que permite ir de encontro às características do nosso starter, do nosso tempo para produzir pão, do nosso know-how e das características nutricionais e de sabor.
O meu starter dá-se especialmente bem com uma receita de pão de sourdough que foi adaptada de um conjunto de outras receitas. Um passo assim, um tempo diferente, uma proporção de ingredientes particular. No fim dei por mim com uma receita e um procedimento muito característico que recomendo experimentarem mas, mais uma vez, é a receita que funciona melhor comigo o que pode variar muito de pessoa para pessoa. Confesso que bastou fazê-la noutro local e numa época do ano diferente para ter resultados diferentes. Mas, com alguns ajustes, à segunda vez, já consegui o meu pão habitual.
À parte estas particularidades, a minha receita de pão de sourdough em si é muito simples. Obriga a planeamento e é um pouco demorada, como são todas as receitas de sourdough (faz parte: se querem um pão super rápido, não vão querer aventurar-se pelo sourdough, simples!) Mas na verdade é uma receita constituída por passos simples e curtos intercalados com tempos de espera e funciona sempre. No geral é muito gratificante e, surpresa, não é preciso amassar!
A preparação!
A parte do planeamento é na verdade muito simples: é que temos de ter um starter activo para começar. Isso obriga-nos a alimentar o nosso starter cerca de 8-12 horas antes de começar a fazer pão. Dependendo das condições de temperatura, da farinha utilizada na alimentação, etc algures durante este período de tempo o starter vai crescer e começar a decrescer. É neste momento que está activo e pronto para ser usado.
Misturar e levedar
Para começar a fazer o pão de sourdough basta juntar todos os ingredientes numa taça com excepção do sal: starter, água (sem cloro) e farinha. Misturar até estar uniforme e deixar repousar 30 min. Juntar o sal envolvendo-o na massa com uma série de “stretch and fold” ou seja, esticar a massa com uma mão, dobra-la sobre si própria, virar a taça 90 graus e repetir o processo umas 10 vezes. Deixar repousar 30 min. Repetir as séries de “stretch and fold” e repouso mais 3-4 vezes de 30 em 30 min.
Moldar o pão de sourdough para a levedação final: colocar a massa numa superfície lisa polvilhada com farinha. Esticar um pouco a massa com os dedos até formar um rectângulo, circulo ou quadrado; dobrar os cantos sobre o centro para formar uma bola e virar a “costura” formada pelos cantos para baixo. Trazer o pão para nós arrastando a massa com as mãos ou com a ajuda de uma espátula e repetir até que a superfície da massa fique bem lisa. Numa taça forrada com um pano limpo polvilhado com farinha (podem usar um banneton mas não é obrigatório) colocar a massa com a “costura” voltada para cima e tapá-la com as pontas do pano. Deixar levedar cerca de 4 horas à temperatura ambiente ou durante a noite no frigorífico.
Cozer
Pré aquecer o forno a 250 graus e escolher o recipiente de cozedura e colocá-lo no forno: pode ser uma panelinha de “pirex”, um “dutch oven” ou um simples tabuleiro. (Se usarem um tabuleiro, aconselho a acrescentarem um recipiente com água por baixo para criar vapor dentro do forno. As panelas pirex ou o dutch oven não precisam porque podem ser tapadas com a tampa para aprisionar o vapor da massa).
Virar a massa com a costura para baixo numa folha de papel vegetal. Polvilhar com um pouco de farinha e, usando uma lâmina ou uma faca muuuuuuuuiiiito afiada, fazer o “scoring”: cortes na superfície da massa que permitem libertação de vapor e crescimento durante a cozedura. Eu aconselho. fazerem um corte longo e profundo (1 cm de profundidade) e, se quiserem, outros cortes decorativos mais superficiais.
Com a ajuda do papel vegetal colocar de imediato no forno, dentro das panelas (não se esqueçam de colocar a tampa) ou no tabuleiro. Descer a temperatura do forno para os 195-200 graus.
Deixar cozer tapado (ou com o recipiente de água no caso de estarem a cozer num tabuleiro) por cerca de 30 min. Após este período o pão deve ter crescido quase na totalidade. Retirar a tampa da panela ou o recipiente com água e deixar cozer até o pão ficar dourado (cerca de 20-30 min). Retirar o pão do forno e deixar arrefecer. Ao retirarmos do forno a base do pão de sourdough deve estar firme e com um som oco ao bater com a mão.
Tempos
Os meus timings favoritos para fazer este pão de sourdough e que, para mim, têm os melhores resultados são: à sexta-feira de manhã, antes de ir trabalhar alimento o meu starter (se o tiver mantido inactivo no frigorífico tento reactivá-lo uns dias antes). Quando chego a casa, e depois enquanto faço o jantar, janto e arrumo, junto os ingredientes e faço as sessões de stretch and fold de 30 em 30 minutos. Depois moldo pão para a levedação final e deixo a levedar durante a noite no frigorífico. Na manhã de sábado faço o scoring imediatamente depois de retirar a massa do frigorífico (a massa está mais firme e a lâmina trabalha bem melhor!) e cozo o pão em forno bem quente!
Espreita a imagem abaixo para um “check list” da minha receita de pão de sourdough.