Antes do Natal acabar, queria partilhar convosco uma receita rápida de chocolates Biscoff. Ainda ontem os fiz porque precisava de esperar para os fazer o mais frescos que pudesse antes de os oferecer. Depois de provar estes chocolates Biscoff, pensei que mal podia esperar para os partilhar convosco. É o postal de Natal perfeito, mesmo na véspera de Natal!
Este ano…
Este ano, os meus maiores esforços durante a época natalícia têm sido preparar uma casa feita à mão para o nosso bebé. Por causa disso, não partilhei muitas ideias para presentes de Natal. Contudo pode encontrar aqui muitos posts de Natal. Mas ultimamente tenho-me esforçado por oferecer presentes consumíveis. Um doce ou outro tipo de “goodie” feito à mão é a melhor ideia para isso!
Receita de chocolates Biscoff
Adaptei a minha receita a partir da receita partilhada pela Madeleine, embora não tenha usado chocolate vegan. Se usar chocolate vegan, estes chocolates Biscoff são 100% vegan, uma vez que tanto os biscoitos Biscoff como a pasta são vegan.
Segui todas as instruções na receita original, mas adaptei um pouco os ingredientes e as quantidades. Para a minha receita, utilizei:
– 250g de bolachas Biscoff (é uma quantidade mais fácil uma vez que corresponde a um pacote completo de bolachas Biscoff)
– 200g mais 10-50g de spread Biscoff. Pode ir-se tão longe quanto os 250g de spread, mas acho que a melhor ideia é adicionar os últimos 50g cuidadosamente para ajustar a massa à consistência certa. Descobri que, aqui em Portugal, o melhor resultado é cerca de 220g de Spread no Inverno. No Verão, vou apenas adicionar 200-210g. Isto evita que os chocolates derretam demasiado depois de saírem do frigorífico. O importante é que a massa seja moldável à mão. É esse o ponto!
– 200g de chocolate preto bom. Usei chocolate culinário porque temos uma ou duas boas marcas de chocolate culinário aqui em Portugal. No caso de não encontrar as minhas favoritas, optarei pelo melhor chocolate preto regular que encontrar. Se quiser fazer estes chocolates Biscoff vegan, basta usar chocolate vegan.
A partir daqui segui as instruções da Madeleine e voilà! Os chocolates mais fáceis do mundo que são suaves e picantes. Uma receita muito festiva para experimentar e oferecer.
Espero que tenham o melhor Natal de 2022! Obrigado por continuarem a seguir!
Já experimentei uma série de receitas de pão de sourdough com sucesso (umas vezes mais, outras menos) todas têm algum grau de flexibilidade que permite ir de encontro às características do nosso starter, do nosso tempo para produzir pão, do nosso know-how e das características nutricionais e de sabor.
O meu starter dá-se especialmente bem com uma receita de pão de sourdough que foi adaptada de um conjunto de outras receitas. Um passo assim, um tempo diferente, uma proporção de ingredientes particular. No fim dei por mim com uma receita e um procedimento muito característico que recomendo experimentarem mas, mais uma vez, é a receita que funciona melhor comigo o que pode variar muito de pessoa para pessoa. Confesso que bastou fazê-la noutro local e numa época do ano diferente para ter resultados diferentes. Mas, com alguns ajustes, à segunda vez, já consegui o meu pão habitual.
À parte estas particularidades, a minha receita de pão de sourdough em si é muito simples. Obriga a planeamento e é um pouco demorada, como são todas as receitas de sourdough (faz parte: se querem um pão super rápido, não vão querer aventurar-se pelo sourdough, simples!) Mas na verdade é uma receita constituída por passos simples e curtos intercalados com tempos de espera e funciona sempre. No geral é muito gratificante e, surpresa, não é preciso amassar!
A preparação!
A parte do planeamento é na verdade muito simples: é que temos de ter um starter activo para começar. Isso obriga-nos a alimentar o nosso starter cerca de 8-12 horas antes de começar a fazer pão. Dependendo das condições de temperatura, da farinha utilizada na alimentação, etc algures durante este período de tempo o starter vai crescer e começar a decrescer. É neste momento que está activo e pronto para ser usado.
Misturar e levedar
Para começar a fazer o pão de sourdough basta juntar todos os ingredientes numa taça com excepção do sal: starter, água (sem cloro) e farinha. Misturar até estar uniforme e deixar repousar 30 min. Juntar o sal envolvendo-o na massa com uma série de “stretch and fold” ou seja, esticar a massa com uma mão, dobra-la sobre si própria, virar a taça 90 graus e repetir o processo umas 10 vezes. Deixar repousar 30 min. Repetir as séries de “stretch and fold” e repouso mais 3-4 vezes de 30 em 30 min.
Moldar o pão de sourdough para a levedação final: colocar a massa numa superfície lisa polvilhada com farinha. Esticar um pouco a massa com os dedos até formar um rectângulo, circulo ou quadrado; dobrar os cantos sobre o centro para formar uma bola e virar a “costura” formada pelos cantos para baixo. Trazer o pão para nós arrastando a massa com as mãos ou com a ajuda de uma espátula e repetir até que a superfície da massa fique bem lisa. Numa taça forrada com um pano limpo polvilhado com farinha (podem usar um banneton mas não é obrigatório) colocar a massa com a “costura” voltada para cima e tapá-la com as pontas do pano. Deixar levedar cerca de 4 horas à temperatura ambiente ou durante a noite no frigorífico.
Cozer
Pré aquecer o forno a 250 graus e escolher o recipiente de cozedura e colocá-lo no forno: pode ser uma panelinha de “pirex”, um “dutch oven” ou um simples tabuleiro. (Se usarem um tabuleiro, aconselho a acrescentarem um recipiente com água por baixo para criar vapor dentro do forno. As panelas pirex ou o dutch oven não precisam porque podem ser tapadas com a tampa para aprisionar o vapor da massa).
Virar a massa com a costura para baixo numa folha de papel vegetal. Polvilhar com um pouco de farinha e, usando uma lâmina ou uma faca muuuuuuuuiiiito afiada, fazer o “scoring”: cortes na superfície da massa que permitem libertação de vapor e crescimento durante a cozedura. Eu aconselho. fazerem um corte longo e profundo (1 cm de profundidade) e, se quiserem, outros cortes decorativos mais superficiais.
Com a ajuda do papel vegetal colocar de imediato no forno, dentro das panelas (não se esqueçam de colocar a tampa) ou no tabuleiro. Descer a temperatura do forno para os 195-200 graus.
Deixar cozer tapado (ou com o recipiente de água no caso de estarem a cozer num tabuleiro) por cerca de 30 min. Após este período o pão deve ter crescido quase na totalidade. Retirar a tampa da panela ou o recipiente com água e deixar cozer até o pão ficar dourado (cerca de 20-30 min). Retirar o pão do forno e deixar arrefecer. Ao retirarmos do forno a base do pão de sourdough deve estar firme e com um som oco ao bater com a mão.
Tempos
Os meus timings favoritos para fazer este pão de sourdough e que, para mim, têm os melhores resultados são: à sexta-feira de manhã, antes de ir trabalhar alimento o meu starter (se o tiver mantido inactivo no frigorífico tento reactivá-lo uns dias antes). Quando chego a casa, e depois enquanto faço o jantar, janto e arrumo, junto os ingredientes e faço as sessões de stretch and fold de 30 em 30 minutos. Depois moldo pão para a levedação final e deixo a levedar durante a noite no frigorífico. Na manhã de sábado faço o scoring imediatamente depois de retirar a massa do frigorífico (a massa está mais firme e a lâmina trabalha bem melhor!) e cozo o pão em forno bem quente!
Espreita a imagem abaixo para um “check list” da minha receita de pão de sourdough.
A minha viagem no pão de sourdough (massa mãe) começou há alguns anos. Mas como sabem, foi em 2020 que metade do mundo começou a fazer pão e eu voltei às aventuras na massa mãe.
O principal motivo pelo qual as minhas primeiras experiências, há uns 4 anos atrás, não foram bem sucedidas foi porque usei o método de começar uma massa mãe (starter) com o mesmo livro do qual tirei esta receita de Pão de massa mãe com chocolate branco e framboesa. É irónico mas, só mais tarde percebi quais eram os principais problemas que o livro Bread do Paul Hollywood’s não aborda e, agora que tenho uma massa mãe activa há 2 anos sinto-me confiante em pegar novamente nele e testar as receitas de massa mãe.
Muito embora não o recomende como referência para estabelecer uma massa mãe a partir do zero, reconheço-lhe muito valor no que diz respeito aos métodos gerais para fazer pão e às receitas, ou ideias de receitas, descritas no livro.
Pão doce feito com uma massa azeda?
Apesar da conotação da massa mãe ser de fazer um pão azedo (daí o nome “sourdough” que quer dizer massa azeda), um sabor que na verdade é muito característico e próximo a muitos dos pães artesanais que temos em Portugal, esta massa faz pães doces muitíssimo interessantes. Eu já tive a experiência de alguns e posso garantir-vos que são sublimes!
Por isso, como primeira amostra das minhas viagens pelas aventuras da massa mãe vou apresentar-vos um pão de sourdough muito original com chocolate branco e framboesa que abrirá os horizontes para as possibilidades desta forma ancestral de fazer pão.
Este pão de sourdough é uma excelente alternativa a um bolo de chá, e vale só por si ou, eventualmente, torrado com um pequeno toque de uma boa manteiga. O segredo é usar framboesas frescas… que infelizmente não estão na época de momento (mas estavam quando eu fotografei este pão) porque as framboesas congeladas trazem muita água à massa. Feliz ou infelizmente, hoje em dia, é possível comprar framboesas frescas em quase qualquer altura do ano.
Há imensas receitas de pão artesanal “básico” de massa mãe por aí mas reconheço o interesse de partilhar a minha num próximo post assim como as minhas aventuras na criação de um starter a partir do zero, na sua manutenção, e no potencial secreto para receitas de todo o tipo! Parece-me que temos aqui uma linha de posts para começar. Mais alguém alinha?
Este Natal resolvi aventurar-me na minha primeira casinha de gengibre.
Já fiz tantos projetos de Natal! Desde uma coroa de pom-pom para a porta, as decorações para a árvore de Natal, os calendários de advento… Enfim, há uma série de aventuras natalícias feitas à mão no blog que podem experimentar. Neste momento não preciso propriamente de mais nada em casa. Mas confesso que, logo este ano que passamos tanto tempo dentro de portas, eu queria algo feito à mão. Estes projectos trazem-me sempre o espírito de Natal mesmo quando ele teima em não aparecer. Por isso, este Natal resolvi aventurar-me na minha primeira casinha de gengibre.
Os mitos
A minha intenção era fazer uma casinha pequena. Só quando comecei a fazer a receita é que me apercebi… Não, pela quantidade de massa esta vai ser uma casa de gengibre como deve de ser! Para dizer a verdade esta pequena experiência desfez muitos mitos. A massa das bolachas de gengibre é muito resistente. E o icing, se for feito devidamente é um cimento muito potente e um estuque decorativo “misericordioso” que cai bem nas mãos dos humildes aprendizes. Ambos fazem com que as casinhas de gengibre sejam muito mais resilientes do que se imagina!
Decoração da casinha de gengibre
Não sou adepta das casas de gengibre cheias de gomas e cores fortes.Por isso optei pela versão “básica” da bolacha de gengibre decorada apenas com icing e que lhe dá um ar minimalista. Pelo menos eu não queria aventurar-me em grandes malabarismos logo na primeira tentativa… Ah, mas a genética do avô materno que preservo dentro de mim (entusiasta das fantasias) não resistiu a acrescentar-lhe uns vidros nas janelas usando folhas de gelatina. Só para não deixar o frio entrar!
Fiquei muito orgulhosa do resultado desta aventura e acho que vou repetir nos próximos anos!
Desejo-vos um Natal diferente, com a luz que falta nas ruas a emanar, desta vez, de dentro para fora.