Pão de sourdough de chocolate branco e framboesa

A minha viagem no pão de sourdough (massa mãe) começou há alguns anos. Mas como sabem, foi em 2020 que metade do mundo começou a fazer pão e eu voltei às aventuras na massa mãe. 

O principal motivo pelo qual as minhas primeiras experiências, há uns 4 anos atrás, não foram bem sucedidas foi porque usei o método de começar uma massa mãe (starter) com o mesmo livro do qual tirei esta receita de Pão de massa mãe com chocolate branco e framboesa. É irónico mas, só mais tarde percebi quais eram os principais problemas que o livro Bread do Paul Hollywood’s não aborda e, agora que tenho uma massa mãe activa há 2 anos sinto-me confiante em pegar novamente nele e testar as receitas de massa mãe.

Muito embora não o recomende como referência para estabelecer uma massa mãe a partir do zero, reconheço-lhe muito valor no que diz respeito aos métodos gerais para fazer pão e às receitas, ou ideias de receitas, descritas no livro.

Pão doce feito com uma massa azeda?

Apesar da conotação da massa mãe ser de fazer um pão azedo (daí o nome “sourdough” que quer dizer massa azeda), um sabor que na verdade é muito característico e próximo a muitos dos pães artesanais que temos em Portugal, esta massa faz pães doces muitíssimo interessantes. Eu já tive a experiência de alguns e posso garantir-vos que são sublimes!

Por isso, como primeira amostra das minhas viagens pelas aventuras da massa mãe vou apresentar-vos um pão de sourdough muito original com chocolate branco e framboesa que abrirá os horizontes para as possibilidades desta forma ancestral de fazer pão.

White Chocolate and Raspberry Sourdough Bread
White Chocolate and Raspberry Sourdough Bread

Este pão de sourdough é uma excelente alternativa a um bolo de chá, e vale só por si ou, eventualmente, torrado com um pequeno toque de uma boa manteiga. O segredo é usar framboesas frescas… que infelizmente não estão na época de momento (mas estavam quando eu fotografei este pão) porque as framboesas congeladas trazem muita água à massa. Feliz ou infelizmente, hoje em dia, é possível comprar framboesas frescas em quase qualquer altura do ano. 

White Chocolate and Raspberry Sourdough Bread
White Chocolate and Raspberry Sourdough Bread

Há imensas receitas de pão artesanal “básico” de massa mãe por aí mas reconheço o interesse de partilhar a minha num próximo post assim como as minhas aventuras na criação de um starter a partir do zero, na sua manutenção, e no potencial secreto para receitas de todo o tipo! Parece-me que temos aqui uma linha de posts para começar. Mais alguém alinha?

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Constellation quilt: truques e materiais!

haptic lab constellation quilt

Meu progresso no constellation quilt da haptic lab


O meu constellation quilt (quilt das constelações) do haptic lab está a ser feito desde meados de 2020. É um projeto a longo prazo com o qual tenho aprendido imenso. E parece ter sido apropriado ao período tão desafiante como o ano de 2020. Por isso foi sem dúvida um projecto de reflexão, valorizou a rotina e deu suporte a momentos desafiantes.

Depois de vos apresentar o projecto aqui fiz a Sandwich da top, batting e bottom layer. Isto é algo que habitualmente se faz quase em último lugar num projecto de quilting normal! A esta Sandwich juntei ainda o modelo das constelações em papel sobre a top layer. Este modelo serve de base para bordar o desenho das estrelas. Mas penso que já não é possível comprar esta versão em papel!

Linhas Guia à máquina

Por uma questão de consistência do quilt optei por fazer as linhas orientadoras à máquina. Como resultado, dediquei o esforço do bordado à mão unicamente às estrelas e constelações. Isso permitiu-me gerir as expectativas ser criativa no uso de materiais, ao mesmo tempo que reforçou a estabilidade do quilt. 


Depois das linhas orientadoras costuradas dediquei-me à parte mais divertida! Bordar as estrelas e constelações. Vi muitas opções possíveis de materiais para cada elemento. Desde fazer tudo à mesma cor, usar ou não os pontos propostos e cheguei à seguinte conclusão. Eu preferia que as linhas orientadoras passassem despercebidas pelo que as costurei usando um fio da mesma cor da top layer. Assim, consegui dar mais ênfase às estrelas e relaxar a complexidade do desenho. 

Bordando as constelações

No que diz respeito às constelações, confesso que o processo foi algo revelador! Não só não sabia como os materiais iam funcionar, como o efeito final esteve escondido enquanto não era possível rasgar o modelo de papel. Por esse motivo, abracei a imaginação para prever o efeito final!

Para as estrelas usei um fio de bordar de 6 fios em prata. Separei 3 fios de cada vez. Este fio foi uma dor de cabeça porque o fio metálico da composição vai-se desgastando à medida que vamos bordando. As três camadas (mais o modelo de papel) acabam por desgastá-lo. Aprendi a usar porções pequenas de fio de cada vez para correr menor risco de o partir. Apesar disso, não consegui dispensá-lo por outra alternativa porque acho que os 3 fios dão um efeito “bulcky” sem a intensidade de um perlé! Além disso, confesso que o perlé em linha metálica não é o meu favorito.

Para as linhas de união entre as estrelas usei o mesmo fio num dourado leve. Esta cor mais fria ligou bem com a restante paleta de cores. Estava indecisa entre a linha interrompida ou preenchida mas depressa percebi que a linha preenchida cria menos confusão visual.

Nomes e Via Láctea

Faltavam mais dois grupos de informação: os nomes das constelações e as estrelas da via láctea. Aí sim, deixei o fio metálico e enveredei por um perlé macio em dois tons de azul. Usei o mais claro para a via láctea e o mais “escuro” para os nomes das constelações.

No caso das estrelas da via láctea tive de fazer uma decisão. Encontrei muitas referências de que o ponto nó francês que o modelo aconselha cria problemas quando se extrai o papel de modelo. Muitos pontos desfazem-se nessa altura mesmo que o processo seja feito com cuidado. Além disso o nó francês é um ponto delicado, sobretudo se o quilt for bastante manuseado. Ora, quem sabe a dor de cabeça que é fazer o nó francês tantas vezes quanto o projecto pede, consegue imaginar o que é ter de os refazer constantemente. Por isso pus de lado (ou terei na verdade abraçado…?) o meu perfeccionismo e substituí o nó francês por um ponto de cruz delicado.

Rasgar o modelo do meu constellation quilt!

Agora que o bordado das constelações está finalmente terminado já comecei a rasgar o papel de modelo para revelar o resultado do meu constellation quilt. Ainda tenho de acrescentar alguns detalhes, aparar as bermas, rematar fios e fazer o binding. Por isso que reservo uma revelação final, cheia de boas fotografias, para um próximo post! Para já segue um “sneak peak” dos momentos satisfatórios de retirar o modelo de papel que escondia o bordado sobre o top quilt!

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Tricotar uma camisola em confinamento!

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Era a minha vez de ter uma camisola feita à mão.

Depois de arriscar um tamanho de criança, eu tinha de colocar em prática o que tinha aprendido. Por isso resolvi fazer uma camisola para mim. Fi-la durante os últimos meses de 2020 e foi um motivo de alegria vesti-la nos primeiros meses de 2021. Apesar do ano singular de 2020, 2021 trouxe-nos conhecimento e uma nova perspectiva sobre a vida. 

Materiais e modelo para tricotar à mão

A minha camisola foi feita no modelo Fortune Sweater da PetiteKnit usando fio duplo Silk Mohair da Isager Yarn na cor 00. É leve, não pica e é tão quente que me fez esquecer o frio de um inverno em confinamento.

Como “tricotar uma camisola” em confinamento?

Depois de terminar a minha camisola acho que depositei mais confiança em mim mesma. Talvez seja um reflexo do que tem vindo a acontecer ao longo desta pandemia. É certo que os planos nos saíram furados: uns mais do que outros. Mas há sempre sonhos para perseguir que nos redireccionam e nos mantêm íntegros. É apenas uma questão de abrir horizontes. Somando todos os pontos, caminhamos para concretizar um projeto maior: a nossa “”primeira camisola”.

Aquilo que parecia um desastre em Março de 2020 obrigou-nos a ser resilientes. Obrigou-nos a reordenar e reforçar os conteúdos do nosso dia-a-dia. E, sobretudo, a criar novos sonhos, novos desafios para os quais tivemos de contar connosco próprios e com aqueles de quem não podemos separar-nos. Não é um período para ter saudades. Nada apaga o sofrimento porque tantos de nós passamos. Foi como um terramoto que atingiu todo o mundo. Mas é um período para nos mostrar do que somos capazes. Ultrapassar, descobrir e sobretudo de fazer.

Uma reflexão emotiva sobre a minha camisola


Tirei estas fotografias no primeiro dia que o sol espreitou depois de duas grandes tempestades de inverno. Era como uma nuvem quente no clima agreste, nas ondas geladas e num areal ao qual o lixo marinho não parou de chegar… Era como um reflexo algo cru (que eu preferi assumir nas fotografias) do impacto que temos no mundo e que não faz pausa mesmo em plena pandemia. 

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Casinha de gengibre neste Natal

gingerbread house
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Este Natal resolvi aventurar-me na minha primeira casinha de gengibre.

Já fiz tantos projetos de Natal! Desde uma coroa de pom-pom para a porta, as decorações para a árvore de Natal, os calendários de advento… Enfim, há uma série de aventuras natalícias feitas à mão no blog que podem experimentar. Neste momento não preciso propriamente de mais nada em casa. Mas confesso que, logo este ano que passamos tanto tempo dentro de portas, eu queria algo feito à mão. Estes projectos trazem-me sempre o espírito de Natal mesmo quando ele teima em não aparecer. Por isso, este Natal resolvi aventurar-me na minha primeira casinha de gengibre.

Os mitos


A minha intenção era fazer uma casinha pequena. Só quando comecei a fazer a receita é que me apercebi… Não, pela quantidade de massa esta vai ser uma casa de gengibre como deve de ser! 
Para dizer a verdade esta pequena experiência desfez muitos mitos. A massa das bolachas de gengibre é muito resistente. E o icing, se for feito devidamente é um cimento muito potente e um estuque decorativo “misericordioso” que cai bem nas mãos dos humildes aprendizes. Ambos fazem com que as casinhas de gengibre sejam muito mais resilientes do que se imagina!

Decoração da casinha de gengibre


Não sou adepta das casas de gengibre cheias de gomas e cores fortes.Por isso optei pela versão “básica” da bolacha de gengibre decorada apenas com icing e que lhe dá um ar minimalista. Pelo menos eu não queria aventurar-me em grandes malabarismos logo na primeira tentativa… Ah, mas a genética do avô materno que preservo dentro de mim (entusiasta das fantasias) não resistiu a acrescentar-lhe uns  vidros nas janelas usando folhas de gelatina. Só para não deixar o frio entrar! 

Fiquei muito orgulhosa do resultado desta aventura e acho que vou repetir nos próximos anos!

Desejo-vos um Natal diferente, com a luz que falta nas ruas a emanar, desta vez, de dentro para fora.

gingerbread house
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