Happy Earth Day: my low plastic challenge is on track!

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Ainda não percebi como este início de ano passou tão depressa! De repente já estamos em abril, o inverno parece que nos quer para sempre, tal qual herói apaixonado.
E eu, que tinha prometido fazer 22 mudanças zero plástico até ao dia 22 de abril, o dia da terra, comecei a contar pelos dedos para ter a certeza de que estava no bom caminho. Hoje tenho mais 7 swaps para vocês, que desta vez não versam a casa de banho: compreendi que algumas das alterações na casa de banho levam um pouco mais de tempo até que consiga terminar os produtos que ainda tenho. Por isso deixo-vos com swaps para levar na carteira!

Uma coisa que não pode faltar na minha bolsa é um batom de cieiro. E sou capaz de dar conta de um em menos de nada porque os uso muitas vezes ao dia. As minhas escolhas têm ido para batons em embalagem de metal, em vez dos tradicionais sticks. Eu sei que assim tenho de usar o dedo mas por outro lado, tenho conseguido umas cutículas mais hidratadas ao massajar o resto de batom que ficou no dedo!

Outra opção que comecei a praticar foi a de regressar ao lenço de pano. Há quem diga horrores: que é pouco higiénico, que gasta energia nas lavagens, etc! Ora, eu consegui um equilíbrio perfeito: lavo-os junto dos meus discos dês maquilhantes a alta temperatura, junto de outras peças que gosto de “desinfectar”. Não são cómodos para grandes constipações mas não são menos higiénicos do que o lenço de papel já que eu não o utilizo apenas uma vez, e muito práticos para uma assoadela ocasional! Para grandes maleitas, os habituais lenços de papel fazem a sua vez. No equilíbrio, a quantidade de recursos descartáveis é sempre inferior.

A minha garrafa térmica! Ora aqui está uma coisa à qual me apeguei e que já se afirmou como um objecto essencial. É certo que a comprei para transportar bebidas quentes e isso não é opção numa garrafa de plástico. A verdade é que já me servi dela para transportar bebidas frescas também o que a torna uma óptima opção para o verão. Portanto tem sido a minha preferência sobre qualquer garrafa de plástico por aí. Tem um bocal pelo que posso usá-la para servir mas também como garrafa. Se, por exemplo quiser pedir um chá para levar numa cafeteria, a minha termos faz a vez de um copo descartável qualquer, aguenta a bebida por mais tempo e não queima!

O saco de pano! Este swap é dos mais conhecidos mas não podia deixar de o referir. Mais, vejo-me a criar uma coleção muito interessante de sacos de pano aos quais me tenho apegado um pouco. Tenho um feito pela tia Sara, um pela minha querida Ana Seixas e um do museu de história natural de Londres. Ando sempre à procura de um saco especial e até fico vaidosa de andar as compras!

O que também anda sempre comigo é esta colher de viagem! É muito raro comer em locais com talheres descartáveis, mas é um assunto algo inevitável numa viagem. Como ocupa pouco espaço e em alguns casos pode mesmo fazer a vez de um garfo, eu posso assim recusar os talheres de plástico em quase todas as situações.

Pastilha elástica! Quem me conhece sabe que não sou grande fã de pastilha elástica. Mas tenho de reconhecer que por vezes dá jeito para ajudar da digestão ou retirar um sabor da boca. As opções de derivados de petróleo estão então fora de questão. Começam a surgir opções naturais que me convencem, e que são totalmente biodegradáveis.

Creme de mãos! Tal como o batom de cieiro, o creme de Maos é um fiel companheiro. Optei por um com embalagem de metal, de uma marca portuguesa. Encontro muitas alternativas zero plástico para muitas coisas mas aquelas em que tenho tido mais dificuldade são mesmo os cremes corporais, entre eles, os de mãos para trazer na carteira.

Posso dizer que estou muito empenhada nestas mudanças mas acredito que as mudanças graduais são as que fazem mais sentido. Quando penso nestas 22 que já fiz, apercebo-me de que as mais fáceis de manter são aquelas que fazemos gradualmente. Hoje é dia 22 de abril, o dia da Terra e eu ainda tenho mais 30 mudanças para fazer ao longo deste ano. Não me faltam ideias, algumas delas que já comecei a colocar em prática e creio que estou lançada nesta forma mais consciente de tratar os recursos! Feliz dia da Terra!

 

I can’t understand how this year is passing so quickly! Suddenly we are in April, winter seems to want us forever, just like a passionate hero…
And I promised to make 22 zero plastic changes by April 22, the Earth Day. I count using my fingers to make sure I was on track. Today I have 7 more swaps for you and this time, my swaps are not about the bathroom: I understood that some of the changes in the bathroom take a little longer until I can finish the products I still have. So I leave you with swaps to carry in your hand bag!

One thing I can not leave without is a lipstick. And I can go over one in less than nothing because I use it many times a day. Now, my choices are focused on lipsticks in metal packaging instead of the traditional plastic sticks. I know I have to use my finger, but on the other hand, I use the residue of lipstick that stays on my finger to massage my cuticles, which is very handy!

Another option that I started practicing is to use an old fashion cloth handkerchief. There are people who say horrors of these: that it is unhygienic, that it spends energy in the washes, etc! Well, I have achieved a perfect balance: I wash them next to my make up remover discs under high-temperature, along with other pieces that I like to “disinfect”. They are not enough during big colds but they are no less hygienic than the paper tissues! When I get a cold, the usual paper tissues make their appearance . In balance, the amount of disposable resources is always lower.

My thermos bottle! Now here is one thing that I have grasped and which has already been instituted as an essential object. It is true that I bought it to carry hot drinks and this is not an option in a plastic bottle. The truth is that I have already used it to transport fresh drinks, which makes it a great option for summer. So it has been my preference over any plastic bottle out there. It has a mouthpiece so I can use it to serve but also as a bottle. If, for example, you want to order a tea to take in a coffee shop, my thermos replaces the single disposable cup, it holds the drink hot for longer and do not burn my fingers!

The cloth bag! This swap is one of the best known but I could not pass it. Plus, I find myself creating a very interesting collection of cloth bags to which I have attached myself a little. I have one made by my Aunt Sara, one by my dear Ana Seixas and one from the Natural History Museum in London. I’m always looking for a special bag!

What is also in my purse is this travel spoon! It is very rare for me to eat in places with disposable cutlery, but this is a very handy object on a trip. As it takes up little space, I can thus refuse the plastic cutlery in almost all situations.

Chewing gum! Those who know me know that I’m not a big fan of chewing gum. But I have to admit that sometimes it helps with digestion or to get a taste out of the mouth. Oil derivative options are out of the question. Natural options begin to emerge and are totally biodegradable.

Hand cream! Like the lipstick, the hand cream is a faithful companion. I opted for one with metal packaging, from a Portuguese brand. I find many zero plastic alternatives for many things but the ones in which I have had more difficulty are the body creams, among them, the hand cream to bring in my bag.

I can say that I am very committed to these changes but I believe that gradual changes are the ones that make the most sense and that are more likely to stick forever. When I think of these 22 I have already done, I realize that the easiest ones to keep are those we do gradually. Today is April 22, Earth Day and I still have 30 more changes to make throughout this year. I do not lack ideas, some of them I have already started to put into practice and I believe that I am launched in this more conscious way to see the natural resources! Happy Earth Day!!

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Book Review: Cloth Lullaby

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Há poucos dias recebi uma encomenda com o livro “Cloth Lullaby” escrito por Amy Novesky e ilustrado pela fabulosa Isabelle Arsenault. A minha obsessão por livros infantis não é novidade aqui no blog e posso dizer que, apesar de folheá-los nas livrarias e gerir o impulso de adquirir estas obras seja a minha forma preferida de os ir conhecendo e fazer a minha colecção, comecei a ter os eus escritores e ilustrador favoritos e a dirigir cada vez mais a minha pequena colecção para as minhas preferências pessoais. Entre os temas que mais me interessam estão, naturalmente as histórias relacionadas o contacto com a natureza, as emoções, a arte e o fazer à mão.

 

“Cloth Lulaby, the woven life of Louise Bourgeois” não é mais do que uma história ilustrada, e ricamente transformada, da biografia da artista parisiense Louise Bourgeois. Não poso deixar de confessar que encontrei este livro por causa das suas ilustrações mas acabei por fazer uma descoberta extraordinária. A obra mais conhecida de Loiuse é a incontornável Maman, uma aranha de tamanho colossal exposta no Museu Guggenheim Bilbao e acerca da qual eu não sabia muito mais do que o facto de ter como inspiração a mãe de Louise. Ora, este pequeno livro dirigido aos mais pequenos conta que a família de Loiuse era na verdade especialista em produção e restauro de tapeçaria, um trabalho levado a cabo pela família materna de Louise e que esta acompanhara mais de perto através da sua mae e pelo seu próprio trabalho na fábrica. Diz-se que como era ainda muito pequena quando começou, era particularmente boa a restaurar os pés das personagens desenhadas nas grandes tapeçarias que chegavam à fábrica. A sua mae era, como dizia Louise, “Deliberada… Paciente, assertiva… Subtil, indispensável… e tão útil como uma aranha.” Tal como uma aranha remenda a sua teia, Louise via na sua mãe uma forte inspiração para o acto de fazer à mão e de forma artística e positiva.
Louise começa por estudar matemática entusiasmada pela sua estabilidade semelhante ao nascer do sol, as estrelas no céu e a geometria. Mas desanima ao compreender que na verdade nada disso, nem mesmo a matemática, é absolutamente previsível. Após a morte da mãe desiste de estudar matemática e dedica-se às artes aplicando todas as competências que adquirira em criança com a mãe e com o seu trabalho na fábrica de família na área da tapeçaria, utilização de tecidos, costura e escultura.
Hoje é considerada uma das maiores artistas europeias contemporâneas fortemente influenciada pelas vertentes surrealista, primitivista e modernista. Os seus trabalhos são carregados de simbolismo e por essa razão altamente abstratos e elaborados. Contudo, envolvem processos e técnicas que podemos reconhecer no nosso dia a dia e pelas quais eu e muitos artesãos e amantes do “saber fazer” se apaixonam e tentam colocar ao serviço do seu quotidiano. Conhecer um pouco melhor a história e o trabalho da Louise, sobretudo através de textos e ilustrações com as mesmas características primárias, aproxima-me mais ainda de todos os “lavores” que tenho vindo a aprender ao longo da minha vida.

 

A few days ago I finally received an order with the book “Cloth Lullaby” written by Amy Novesky and illustrated by the fabulous Isabelle Arsenault. My obsession with children’s books is not new for those who follow me here and I can say that although I love to wander over bookstores discovering new books, I began to have and follow my favorite writers and illustrators and to slowly direct my small collection to my personal preferences with means that, sometimes, I simply order them on-line. The stories that I am most interested are, naturally, the stories related to the contact with nature, the emotions, the art and the handmade.
 

 

“Cloth Lulaby, the woven life of Louise Bourgeois” is an illustrated and richly transformed story of the biography of the Parisian artist Louise Bourgeois. I can not help confessing that I found this book because of the illustrations but I ended up doing an extraordinary discovery. The best-known work of Louise is the unique Maman, a colossal-sized spider exhibited at the Guggenheim Museum in Bilbao. I knew very little about it. I just knew that the inspiration for the art piece was Louise’s mother. Well, this small children book tells us that the family of Loiuse was in fact a specialist in the production and restoration of tapestry, a work that she had followed more closely through her mother and her own work in the fabric. It is said that since she was still very small when she started working with her mom, she became particularly good at weaving the feet of the characters drawn in the huge tapestries that arrived at the fabric. She became fascinated by her mother skills. Louise said that her mother was “Deliberate … Patient, shooting… Subtle, indispensable … and as useful as an araignée.” Just as a spider mends her web, Louise saw in her mother as a strong inspiration for the act of doing by hand and developed a strong, positive and artistic point of view about her work.
Louise studied mathematics for a while excited by its stability similar to the sunrise, the stars in the sky and geometry. But she suddenly she realize that none of this, even mathematics, is absolutely predictable. After her mother’s death she gave up studying mathematics and devoted herself to the arts applying all the skills she had acquired as a child with her mother and her work in the family factory. She worked with weaving, fabrics, sewing and sculpture.
Today she is considered one of the greatest contemporary European artists, strongly influenced by the surrealist, primitivist and modernist dimensions. Her works are heavily charged with symbolism and for that reason, are highly abstract and elaborate. However, her art pieces always they involve processes and techniques that we can all recognize in our daily lives and for which I and many artisans and lovers of the “handmade” fall in love and try to apply to our daily lives. Knowing Louise’s story and work a little better, especially through texts and illustrations with the same primary characteristics, brings me closer to all the “lessons” on handmade that I have been learning throughout my life.
 
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Book Review: O livro de Pantagruel

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O Livro de Pantagruel. Esta é a minha bíblia culinária e dispensa apresentações: deve ser a Bíblia culinária de quase todas as portuguesas de diversas gerações! Alguns destes exemplares já devem, inclusive, ter passado de mães para filhas, várias vezes desde que foi editado pela primeira vez. Escrito pela cantora lírica Berta Rosa Limpo, é um excelente exemplo do tempo em que os livros de cozinha que eram da autoria de bons cozinheiros amadores.

“Mas afinal ela é cantora ou cozinheira? Compõe músicas ou refogados? Pois podem crer que faço ambas as coisas com o mesmo entusiasmo.”

Berta Rosa Limpo

No tempo em que o segredo profissional dos grandes chefs era a alma do seu negócio, eram as boas cozinheiras amadoras que se dedicavam a escrever livros básicos para quem quer aprender a cozinhar!
Muito mudou até hoje e, no que diz respeito ao Livro de Pantagruel, desde 1946 que já foram editadas 73 edições daquela que é considerada a maior obra de culinária em língua portuguesa. As edições mais recentes contam com a reavaliação de ambos os filhos de Berta Rosa Limpo e 5000 receitas testadas.

Creio que muitos de nós guardam uma imagem infantil deste livro: aquele que parecia tão grosso que achávamos ser impossível de ler mas que entre mães e avós parecia conter uma enorme quantidade de sabedoria e credibilidade. Era um livro sério, algo misterioso. Tão sério como uma boa enciclopédia, como um livro de feitiços, de magias, que ensinavam as mãos de todas as senhoras a cozinhar as coisas mais maravilhosas!

E a verdade é que o Livro de Pantagruel é, tal e qual nos lembramos, um livro intenso: aliás, como se queria de um livro naquele tempo. Um livro que ensinasse a cozinhar desde os processos mais simples às receitas internacionais mais complexas. Desde os licores (foi aqui que encontrei a receita base para o meu licor de menta), ao pão, aos assados e aos cocktails! Este livro contaram recolha intensa de 5000 receitas densamente apresentadas mas carinhosamente escritas. A apresentação pouco se alterou desde a primeira edição, os termos parecem ter saído do discurso das nossas avós e são muitas vezes intercalados com pequenos versos ou citações de autores como Eça de Queiroz ou Fernando Pessoa. Ficamos logo a saber que estamos perante um livro sério, escrito por quem sabe, por quem fez e testou, vezes sem conta, e quis disponibilizar ao mundo os segredos, não de um chef de alta cozinha, mas de um cozinheiro caseiro. Contudo não podemos esconder que são inúmeros os chefs profissionais que o utilizam e o reconhecem como um livro insubstituível em pequenas e grandes bibliotecas culinárias!

The “Livro do Pantagruel”. This is my cooking bible and, in Portugal, it doesn’t need any kind of presentations: it is probably the cooking bible of almost all Portuguese of several generations! Some of the copies of this book have passed from mothers to daughters, several times since it was first published in 1946. Written by the lyrical singer Berta Rosa Limpo, it is an excellent example of the time in which cookbooks were written by good amateur cooks.

“But is she a singer or a cook after all? Does she makes music or food? You must believe that I do both with the same enthusiasm.”

Berta Rosa Limpo

At a time when the professional secret of the great chefs was the lifeblood of their business, amateur cooks were the ones that dedicated themselves to writing basic books for anyone who wants to learn how to cook!
Much has changed until today and, as far as the “Livro de Pantagruel” is concerned, since 1946, 73 editions have been edited of what is considered the greatest written work about cooking in Portuguese language. The most recent editions are reviewed by both Berta’s children and already have 5000 tested recipes.

I think many of Portuguese have a childish picture of this book: the one in our grandmother’s bookshelf that looked so thick we thought it was impossible to read it in a lifetime, but that also seemed to contain an enormous amount of wisdom and credibility. It was a serious book, something mysterious. As serious as a good encyclopedia, or a book of spells which taught the hands of all the ladies to cook the most wonderful things!

And the truth is that the “Livro de Pantagruel” is, as we recall, an intense book in fact, as expected from a book at that time. A book that taught cooking from the simplest processes to the most complex international recipes. From liqueurs (this is where I found the base recipe for my mint liqueur), bread, baked goods and cocktails! This book features an intense collection of 5000 densely presented, but lovingly written, recipes. The presentation has hardly changed since the first edition, the terms seem to have come out of the discourse of our grandmothers and are often interspersed with small verses or quotes from authors such as Eça de Queiroz or Fernando Pessoa. We soon learn that we are dealing with a serious book, written by someone who really knows about cooking at home. Someone who has done and tested her recipes over and over again and who wanted to make her secrets available to the world, not from a gourmet restaurant point of view, but from a homemade kitchen. However we can not hide that there are countless professional chefs who use it and recognize it as an irreplaceable book in small and large culinary libraries!

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Book Review: Dark Sky Alqueva

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Há uns tempos visitei pela segunda ou terceira vez a zona do Alqueva. Esta é uma das minhas zonas favoritas em Portugal. Eu viveria ali, oh, sem dúvidas.
Já demonstrei aqui e aqui a minha paixão pela astronomia e não pude deixar de visitar a sede do Dark Sky. Inscrevi-me numa actividade com a Miguel Claro que adorei do primeiro ao último minuto! No fim não consegui conter-me e trouxe uma cópia do livro “Dark Sky Alqueva” com um autógrafo do autor. Mais, a memória desta actividade tinha de ficar gravada no meu Diário de Natureza, como vos mostrei no Instagram.

Livros são o meu calcanhar de Aquiles. Já partilhei a minha paixão por livros infantis e prometo fazer um novo post com mais sugestões, mas a minha paixão não fica por aí. Assim como quem põe flores em casa, eu adoro ter livros, sobretudo livros de imagens como pintura e fotografia, espalhados aqui e ali, à mão de semear, e que qualquer pessoa possa rapidamente pegar e deixar-se inspirar. E quando vi as primeiras páginas do Dark Sky percebi como une de forma perfeita a relação entre a ciência e a arte, um assunto que está (cada vez mais) relacionado com a minha área de estudo e trabalho. Eu tinha mesmo de o trazer comigo sobretudo depois daquela actividade com o autor!

O Miguel é muito “terra-a terra” e tem uma atitude honesta, humilde e feliz por partilhar um pouco do que sabe com aqueles que se dirigem ao fim do dia a uma aldeia perdida no meio do nada, para parar e olhar para o espetáculo de luzes que a natureza nos oferece em qualquer lugar. Mas ali, ali há uma janela com menos filtros, menos poluição e uma paixão enorme pelo que se faz que nos desperta para o que a rotina nos retira: esse poder que o cosmos tem de nos absorver por completo, de nos abstrair e nos fazer sonhar um pouco, acordados e sem vergonha. Ora o seu livro partilha um pouco dessa atitude inspiradora, algo misteriosa, que os astros provocam em nós e que se captura com muito trabalho, muito equipamento, muita técnica mas sobretudo muitos sonhos. Ali respeita-se a ciência, a constância aparente das esrelas, os ritmos fieis da Lua, traz-se o passado para o presente, encolhem-se distâncias, focam-se mundos distantes e nada disso é ilusão. Parece até mentira! Mas brinca-se. Até para brincar é preciso saber. O Miguel brinca… com a luz e o tempo.

Nota: vêm aquela manta em crochet no canto da primeira fotografia? É esta manta!

Some time ago I visited the Alqueva area for the second or third time. This is one of my favorite locals in Portugal, I could live there, for sure.
I have already demonstrated my passion for astronomy here and here, so I could not miss visiting the main spot of the Aqueva Dark Sky. I enrolled in an activity with Miguel Claro that I loved from the first to the last minute! In the end I could not contain myself and I brought a copy of the book “Dark Sky Alqueva” with an autograph of the author. Plus, this activity was also represented in my Nature Journal as you could see in my Instagram profile.

Books are my Achilles heel. I have already shared my passion for children’s books and I promise to make a new post with more suggestions, but my passion does not end there. Just like spreading flowers at home, I love having books, especially picture books like painting and photography, here and there so that anyone can quickly pick one and let themselves be inspired. And when I saw the first pages of the book Dark Sky I realized how perfectly it proves the beautiful relationship between science and art, a subject that is (more and more) very related to my area of study and work. I really had to bring it with me, especially after that activity with the author!

Miguel is very friendly and has an honest, humble and happy attitude about sharing a little of what he knows with those who go, at the end of the day, to a village lost in the middle of nowhere, to stop and look at the spectacle of lights that nature offers us everywhere. But there, there is a window with less filters, less pollution, and a huge passion for what he does and that awakens us to what routine takes from our mind: this power that the cosmos has to absorb us completely, to abstract us and make us dream a little, awake and without shame. And his book shares a bit of that inspiring, somewhat mysterious attitude that the stars provoke in us and that he captures with a lot of work, a lot of equipment, a lot of technique but above all a lot of dreams. There, science is respected as long as the apparent constancy of the stars, the faithful rhythms of the moon. And the past is brought into the present, distances are shrunk, distant worlds are focused and none of this is illusion. It seems like a lie but it is real! But there is also a lot of playing… And even to play we must have knowledge. Miguel plays… with the light and time.

Note: see that crochet blanket in the corner of the first photo? It is this blanket!

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