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Como vos falei no último post, este fim de semana liderei um workshop sobre coroas de Natal feitas à mão com materiais naturais no MyNinho, da Ana Paula.
Devo dizer que estava receosa porque não sabia o que eu poderia ter para oferecer… tudo o que faço aqui aprendi de forma autodidata e não me considero especialista em nada. A única coisa em que me tornei especialista foi em colocar mãos à obra e em gerir bem os projectos em que me envolvo.
Ouço vezes sem conta as pessoas dizerem “não tenho jeito”, “não sei fazer” e fico a pensar se este dom que tenho seja um talento e não mais do que isso. Mas é então que olho para trás e começo a refletir no caminho que fiz até agora: este blog é, sem sombra de dúvidas, o repositório das minhas evoluções, dos meus progressos naqueles que são os projectos em que eu não sou, de todo, especialista. Isto de “ter jeito” é algo que requer alguma sensibilidade é certo, mas muito do que está por trás do sucesso é a versão mais genuína do trabalho: a prática, o empenho e a dedicação. Se muitas vezes achamos que no nosso meio profissional as coisas não são tão literais, se eu pensar nos pequenos e grandes projetos que fiz aqui, convosco, a maior parte das vezes a regras do jogo são sempre as mesmas: 99% de transpiração e 1% de inspiração. A inspiração pode, porém ser determinante no trabalho e parecer 200%, enquanto os 99% de transpiração envolvem alguma organização e gestão que, se bem conduzida e prazerosa, nos parece apenas 2%. Qualquer um de nós se sente esmagado por um grande projecto no qual não tem qualquer experiência. Mais ainda se ele requer algum investimento a diversos níveis. O primeiro instinto é dizer precisamente que não temos jeito. Isso acontece porque estamos a sair da nossa zona de conforto! Mas não há nada que não se faça: basta transferir a energia envolvida nesse receio todo em dividir o desafio em pequenas metas e depois fazer uma de cada vez, tal como um bebé que aprende a caminhar.
Ora neste workshop, mais do que fazer uma série de coroas de Natal (e outras nem tanto…) o importante para mim foi passar esta mensagem às minhas queridas “alunas”: procurar inspiração, desconstruir o projecto em partes e por fim em materiais. Uma espécie de engenharia inversa que torna qualquer grande desafio em simples metas alinhadas como um colar de contas. Foi um grande prazer para mim, gostava muito de voltar a ensinar workshops!
As I told you in the last post, this weekend I led a workshop on handmade Christmas wreaths made with natural materials, in Ana Paula’s MyNinho.
I must say: I was afraid of the challenge because I did not know what I could have to offer… everything I do here I learned in a self-taught way and I do not consider myself an expert at anything. The only thing I have become a specialist in is putting my hands to work and managing well the projects in which I am involved.
I often hear people say “I can’t do this”, “I do not know how” and I wonder if this gift I have is a talent and not more than that. But it is then that I look back and start to reflect on the path I have taken so far: this blog is, without a doubt, the repository of my evolutions, my progress in those projects that I am not, at all, a specialist. This “know how” is something that requires some sensitivity, for sure, but much of what is behind success is the most genuine version of work: practice, commitment and dedication. While we often find that in our professional environment things are not so literal, if I think about the small and big projects I have done here, with you, most of the times the rules of the game are always the same: 99% perspiration and 1% inspiration. Inspiration can, however, be so decisive that seem like having 200% impact, while 99% perspiration can be so enjoyable that seems to us only 2% of the pack. Everyone feels crushed by a major project in which we have no experience. Even more if it requires some investment at various levels. The first instinct is to say precisely that we can’t do it. This is because we are coming out of our comfort zone! But there is nothing that can not be done: just transfer the energy involved in this fear into splitting the challenge into small goals and then go into one at a time, just like a baby who learns how to walk.
Well, during this workshop, more than making a number of Christmas wreaths (and some not so much christmas…), the important thing for me was to pass this message on to my beloved “students”: to seek inspiration, to deconstruct the project in parts and finally in materials. A kind of “reverse engineering” that turns any big challenge into simple goals aligned like a beaded necklace. It was a great pleasure for me, I really enjoyed teaching and hope to teach workshops again!