(scroll for the English version)
Já fiz alguns projectos de patchwork mas apenas recentemente comecei a fazer trabalhos de maiores dimensões! Nunca pensei ficar tão apaixonada por alguma coisa… Um grande quilt envolve, para além de muito trabalho e sim, algum investimento, uma certa sensibilidade e carga emocional. No fim, quando pronto, ele detém o resultado deste conjunto e é quase possível dizer que o brilho dado pelas emoções ao longo de todas as fases do projecto, é a peça fundamental… Pode perder-se a noção dos tecidos, das cores, das linhas, dos materiais mas o aquilo que liga todas estas coisas, a verdadeira cola por trás de um conjunto perfeito são coisas impalpáveis. Passamos a amar um fio, uma agulha, aquele tecido em que ficamos na dúvida. Um objecto deixa de ser “apenas” um objecto, o minimalismo parece até um culto sinistro! É o caso explícito em que o “todo” é mais, muito mais do que a soma das partes… dos retalhos.
E quando se termina, atinge-nos uma nostalgia, um certo receio de deixar morrer, de deixar esquecer a sensação agradável de trabalhar numa obra de arte. Por isso, quando comecei o meu Foxy Quilt, quis acrescentar-lhe um pequeno detalhe que remetesse um pouco para esse sentimento, essa cola, essa “história” subliminar, para que nunca se desvaneça completamente e, por arte dos costureiros de palavras, soubesse contar aos outros o seu valor, e aquilo que está para lá de uma manta acolchoada. Por isso, procurei inspiração em livros como este e comecei a bordar, num dos triângulos brancos, uma pequena raposa e a frase “só se conhecem as coisas que se cativam”. Esta frase, do clássico “O Principezinho” é uma verdadeira referência que educou a minha postura para gerar, cultivar e deixar ocupar o meu coração com amizades para vida. Nunca antes uma pequena raposa fora tão notável, e este meu “foxy quilt” é bem capaz de ser sobre ela…
I have done some patchwork projects but only recently I started to work on bigger pieces! I never thought to fall so deeply in love with something… A big quilt involves, besides a lot of work and yes, some investment, a certain amount of tenderness and emotional charge. In the end, when the piece is ready, it holds the result of this “set” and it is almost possible to say that the bright given by emotions throughout all phases of the project, is the fundamental piece that holds it together… One can lose the notion of the fabrics, colors, treads, materials but what binds all these things, the true glue behind a perfect piece, are impalpable things. We find ourselves loving a thread, a needle, that tissue that always generates some doubts… An object is no longer “just” an object, minimalism seems even a sinister cult! It is the obvious case in which the “whole” is more, oh so much more, than the sum of the parts… of the patches.
And when it’s over, it brings us this nostalgia, a certain fear of letting it die, of letting go of the pleasant feeling of working in a work of art. So, last week, when I was working on my Foxy Quilt, it came to me this wish to add a little detail that would go a little further into that feeling, that glue, that subliminal “story” that the quilt holds. I want to hold this so that it never fades completely and, by words, may help others to understand what is beyond a patchwork blanket. I looked for inspiration in books like this and started embroidering in one of the white triangles, a little fox and the sentence “só se conhecem as coisas que se cativam”, which is the Portuguese sentence for “one only understands the things that one tames”. This quote, from the classic “The Little Prince” is a true reference that educated my posture to generate, cultivate and let my heart be filled with friendships for life. Never before has a small fox been so remarkable… has it? And my “foxy quilt” might be about her…