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A primavera e o verão são sinónimo de bagas como as framboesas, os mirtilos, os morangos, as groselhas e as amoras. Há quem não seja muito adepto da acidez que caracteriza os frutos vermelhos, mas eu confesso que tudo o que tem frutos vermelhos atrai-me como um íman. Não é apenas o contraste entre o ácido e o doce: são as cores que são intensas, as formas que são absolutamente encantadoras e que contrastam com as suas cápsulas de pele frágil. Quem nunca se deixou apaixonar pelo vermelho intenso que uma framboesa preta deixa nos dedos das mãos?
E é muito comum passearmos pelo campo e irmos manchando as mãos e enchendo a barriga das amoras doces que nascem nos silvados dos caminhos! Mas é da Amoreira que surgem as amoras maiores e mais sumarentas. Ambas são amoras e assemelham-se tanto que é comum haver dúvidas acerca das diferenças entre umas e outras. Como é que bagas tão parecidas podem surgir de plantas tão diferentes?
As amoras dos silvados, as chamadas “blackberries” são verdadeiras bagas e nascem de uma planta da família das rosáceas (rosaceae) a que vulgarmente chamamos “silvas”. Já as amoras de Amoreira, uma árvore nativa da Ásia e de cujas folhas se alimentam os bichos-da-seda, as chamadas “mulberries” não se tratam de verdadeiras bagas (embora se assemelhem muito) e são da família moraceae.
Ambas são deliciosas mas as amoras de Amoreira são em geral maiores, mais sumarentas, mais doces e mais frágeis.
Ora, depois de ter aparecido uma qualidade generosa de amoras de Amoreira cá em casa decidi dividi-las para várias utilizações. Assim que chegaram fizeram parte da sobremesa, outra parte foi dedicada a enriquecer uma sobremesa e com uma pequena porção, já meio amachucada, resolvi experimentar um batido.
A receita não tem nada que saber: a um copo de leite acrescentei uma mão cheia de amoras e bati tudo muito bem no liquidificador.
O batido é muito saboroso e tem o travo ácido dos frutos vermelhos. Mas o mais engraçado foi eu não estar a contar com uma cor tão original! Acho que não é uma cor muito comum na nossa alimentação e acho que daria um excelente batido para o Halloween. Senti-me um pequeno monstrinho a beber aquele batido de cor tão estranha e comecei logo a magicar a possibilidade de tingir tecido com o sumo das amoras. Já alguém experimentou?
Spring and summer are synonyms for berries such as raspberries, blueberries, strawberries, blackberries and mulberries! Some of us are not very fond of their acidity but I confess that everything that has berries on it attracts me like a magnet. It is not just the contrast between acid and sweet: it’s the colours that are intense, the forms that are absolutely charming and that contrast with the fragile skin of their capsules. Who has never fallen in love with the intense red that a raspberry leaves on your fingers?
And it is very common to walk in the fields during summer and stain our hands and fill our belly with sweet blackberries that grow in the way! Mulberries, however, grow in a tree and are larger and more fruitful. Both resemble each other so much that it is very common for most of the us to have doubts about the differences between one and the other. How can such similar berries grow from such different plants?
Blackberries are “true berries” and grow from a plant of the Rosaceae family commonly known in Portuguese as “silvas”. Mulberries, on the other hand, grow from a tree native to Asia (silkworms usually feed on mulberry leaves), they are not “true berries” and are from the Moraceae family.
Both are delicious but mulberries are usually larger, juicier, sweeter and more fragile.
Well, when a generous amount of mulberries made their appearance at home I decided to use them for several different things. As soon as they arrived we ate some (a lot) as dessert, another part was used to enrich a sweet dessert and then, with a small portion I decided to try a smoothie.
The recipe is very easy: I added a cup of milk to a hand full of mulberries and smoothed everything in the blender.
The smoothie is very tasty and has the acid flavor of the red fruits. But the funniest thing was its colour! I don’t think it’s a very common colour in our food and it would make a great monster smoothie for Halloween. I was so impressed about that colour that, while drinking my smoothie, I began to think about dying fabric with mulberry juice. Has anyone tried it?
6 Comments
É um violeta-unicórnio!!
Exactamente!É um violeta piroso q.b.!
Sim. Costumo fazer quando temos cá em casa e até as congelo para usar mais tarde mas não gostamos nada das “grainhas”.
E com banana também fica bom!
Beijinhos
Fica optimo! Já agora Filipa, recomendo um sumo, portanto sem qualquer leite, da combinação de banana, morango e mirtilo. Provei no restaurante de uma amiga e adorei!
Confesso que não me chateio nada com as grainhas mas vale a pena o esforço de coar para saborear um batido tão bom 🙂