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Nunca estive tão ansiosa pelo lançamento de um livro como pelo “Mãos à obra!” da Constança. Descobri o blog (na altura era o Saídos da Concha) há cerca de três ou quatro anos. E foi por acaso, quando procurava opiniões sobre como comprar tecidos on-line. Uns dois meses mais tarde fui lá parar novamente noutra pesquisa qualquer e, a partir daí, acho que devo ter lido o blog todo de trás para frente!
Identifico-me muito com os princípios dela e creio ter encontrado naquelas palavras todas alguém semelhante. A internet pode ter um milhão de problemas mas eu não posso esquecer como me permitiu encontrar pares, ou seja, pessoas que partilham os mesmos interesses e que nos fazem sentir um pouco mais “normais”. Em comum com a Constança tenho uma grande vontade de sentir as estações e usar os materiais naturais para criar à mão, que é o melhor e mais natural instrumento de todos. Não importa muito se o tema ou os interesses são muito definidos. O meu blog é de histórias, experiências, não tem um tema só… a não ser esta linha feita à mão.
Quando o livro finalmente saiu, foi uma enorme alegria descobrir o “Mãos à obra” porque ele tem muitas coisas que me agradam num bom livro de crafts: projectos que funcionam, materiais acessíveis, fotografias convidativas e uma ligação com o público alvo.
Em primeiro lugar a Constança estabelece uma grande cumplicidade com o leitor. Abre o tema, justifica-o, dá-lhe estatuto. Depois aborda as áreas em que ela mais gosta de trabalhar: arranjos florais, projectos de costura, decoração, conservas e bolos. E antes de se iniciar nos projectos recomenda materiais e define as principais técnicas usadas no decurso do livro.
Seguem-se os projectos divididos pelas estações do ano, como não podia deixar de ser, porque esta é de facto a opção mais lógica face à diversidade, praticidade e pertinência de todos eles. O formato de apresentação é clássico, porque numa equipa vencedora não se mexe e porque os projectos, já por si, são encantadores e não precisam de distracções. Para rematar o carácter feito-à-mão, a Constança dá explicações numa linguagem extremamente simples, acompanhadas das suas próprias fotografias.
Pronto, que eu possa expressar, o livro é isto! Mas quando leio o que acabei de escrever… bom, para quem a acompanha com tanto carinho, as palavras parecem poucas e pobres.
Não me interpretem mal. Nunca estive com a Constança pessoalmente, não posso dizer que conheça sequer 1/4 do que ela vive todos os dias e até há bem pouco tempo nunca tinha ouvido a sua voz. Mas sei que tudo neste livro foi feito em casa, à medida de uma família real, num contexto real, como o meu ou o de qualquer um de vocês. Por causa disso garanto-vos que o livro, assim como o blog, foi resultado de muito uso do abre-casas, muitas fotografias tiradas sem luz durante o Inverno inglês, posts de verão escritos enquanto o frio neozelandês se faz sentir, muitos livros empilhados a fazer a vez daquele tripé, muitas sessões fotográficas alegremente interrompidas por um Rodrigo e um Pedro, muitas bobines vazias, muitas compotas que passaram o ponto, muitas flores que afinal não abriram e de muitos bolos em que ela, acontece, esqueceu o fermento, tal e qual como eu! O resultado é apenas o fruto da perseverança, da experiência e de uma vontade enorme de partilhar com o mundo as maravilhas do saber fazer.
I’ve never been so excited by the launch of a book as by the “Mãos à Obra” book from Constança. I discovered her blog about three-four years ago, by chance, when I was looking for opinions on how to buy fabric online. A couple of months later I got there again and from then I think I must have read all her blog posts! I truly recognize the principles of the blog and and I think I have found in her words some pairing I always struggle to find. The internet may have a million problems but I can not forget how it allowed me to find peers, that is, people who share the same interests and who make us feel a little more “normal”. I have several things in common with Constança: a great desire to go with the seasons and use natural materials to create, with my own hands, which are the best and most natural instruments of all! It doesn’t matter much whether the topic or the interests are very defined. My blog is about stories, experiences, does not have a unique theme, unless this handmade thing…
When the book finally came out, it was a great joy to discover “Mãos à Obra” because it has many things that please me in a good craft book: projects that work, using affordable materials, awesome photos and a text that creates a connection with the audience.
In the first place, Constança establishes a great complicity with the reader. She opens the subject, justifies it, gives it status. After that, it addresses the areas that she likes to work with: flower arranging, sewing projects, decoration, preserves and cakes. But before starting the projects, she recommends the most common materials and defines the main techniques used in the course of the book.
The projects are divided by season, as they should, because this is, in fact, the most logical choice due to the diversity, practicality and relevance of all of them. The format is classic, because you don’t change thinks that work, do you? And because the projects, alone, are charming! They just don’t need distractions! To keep it all handmade, Constança gives her own tips accompanied by her own photographs.
Okay, so… if I know how to express myself, this is it! But when I read these last paragraphs, oh my… for those who accompany her with such affection, my words seem so short and poor…
Don’t get me wrong. I’ve never met Constança face-to-face, I don’t even know 25% of what her everyday live is and until some time ago I had never heard her voice. But I know that everything in this book was homemade, in a “real family” context, as mine or yours. Because of that, I assure you that this book, like her blog, is the result of excessive use of the seam reaper, hundreds of photo shoots with no natural light during the English winter, lots of summer posts while is freezing outside in NZ, many books piled to replace a proper tripod, several photo shoots happily interrupted by Rodrigo and Pedro, many empty bobbins, lots of jams that passed the thickening point, many flowers that, in the end, did not bloom and some cakes that haven’t rise because, you know, she forgot the baking powder, just like I do! The result, however, is the product of perseverance, experience and a strong desire to share with the world the wonders of know-how.