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As plantas têm ritmos curiosos. Para aquilo que achamos serem seres vivos sem qualquer sensibilidade elas sabem melhor que ninguém interpretar os sinais naturais. Desde a pequena semente até à frondosa árvore, as plantas reagem à luz, à temperatura, à humidade, à disponibilidade de recursos como ninguém e são autênticas fontes de sabedoria para nós que, a cada dia, estamos mais longe da natureza mãe.
O Inverno pode ser um tempo desconcertante, podemos pensar que o dispensamos passadas duas semanas de chuva intensa… mas, ao mesmo tempo, no interior quente do solo, acontecem coisas maravilhosas que gostaríamos de ver acontecer continuamente.
O gelo é necessário. Uma grande parte das sementes da nossa flora precisa do frio para germinar. É esse arrepio que as acorda de um sono preguiçoso em que mergulharam depois do verão e durante o outono. Não fosse o frio da geada matinal sobre o manto de terra quente que cobre um número tão grande de sementes como as estrelas no céu, e não haveria nenhuma flor, nenhuma espiga de trigo para nascer na primavera…
Isto dá que pensar!
Este ano resolvi iniciar uma nova tradição. Na noite mais longa do ano, acendi todas as velas para lembrar que, apesar do inverno rigoroso, tenho confiança numa natureza extraordinária e vivo na fé de que o sol e a primavera chegarão em breve.
Plants have curious rhythms. Despite we use to think they are living beings without any sensibility, they know better than anyone how to read the natural signs. From the small seed to the leafy tree, plants react to light, temperature, moisture, availability of resources, like no one else and have an extraordinary wisdom from which we can learn from since we are more and more distant from the mother nature.
Winter can be a confusing time, we may think we are ready for spring after two weeks of heavy rain and cold… but at the same time, below the warm soil, wonderful things take place that we would like to see happen continually.
Ice is needed. A large part of the seeds of our flora need the cold to germinate. It is this shivering that awakens them from a lazy sleep in which they immersed in the summer and during autumn. If there weren’t any frost in the dawn, over the warm earthen mantle that covers as many seeds as the stars in the sky, there would be no flower, no ear of wheat to be born in the spring…
That make us think!
This year I decided to start a new tradition. On the longest night of the year, I lighted all the candles to remind myself that, despite the harsh winter, I have confidence in the extraordinary nature I live in, and like a lazy seed, I live in the faith that the sun and spring will come soon.