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Quando vim para minha casa não tínhamos praticamente mobília nenhuma. Na sala existia apenas um sofá. Como nos mudamos no Outono, o Natal não tardou a chegar e, naquele ano, reclamava mais do que nunca o conforto de uma casa quente e cheia. Na falta de móveis e decoração resolvi fazer um calendário de advento que nos fizesse sentir que estávamos a construir o Natal aos poucos, numa sala praticamente vazia. Foi uma ideia que criou uma ansiedade crescente na chegada do tempo de família e de conforto. Por isso, no ano seguinte voltei a repetir e, desde então, que este simples calendário é um favorito!
Se naquele primeiro ano sentimos a ânsia do tempo de Natal, há outros em que ele custa a chegar até nós. No ano passado, por exemplo, esteve quente até fim de Novembro e quando Dezembro chegou parecia que não tinha havido tempo para sentir falta dos dias frios, confortáveis e atarefados do tempo das festas. Seja por isso, pelo facto de andarmos tão absorvidos nas nossas rotinas ou porque sentimos uma certa repulsa pelo consumismo e marketing desenfreado que caracteriza o fim do ano, acabamos frequentemente por não gozar o tempo de vigia e preparação que caracteriza tão bem esta época.
O calendário do advento tem-nos servido de apoio em todos estes panoramas: ou nos permite exprimir a preparação e vigilância que sentimos, ou então lembrarmos-nos dela quando andamos mais distraídos.
Esta é a versão mais recente do nosso calendário de advento. Não aprecio muito os calendários que incluem descobrir um brinquedo ou um chocolate… Parece-me que em vez de construir o Natal o vamos “consumindo”. Por isso prefiro as versões em que se vai acrescentando algo todos os dias, montando alguma coisa que fica pronta mesmo a tempo do do dia 25. Nesta versão começamos com uns ramos vazios que costumam aparecer lá por casa a meio do outono e, a partir do dia 1 de Dezembro, eles vão-se enchendo de interesse até o Natal chegar…
When we first moved into our home we almost didn’t had furniture. There was only a sofa in the living room. Since we moved in during autumn, the Christmas time soon arrived, and in that moment we wished the comfort of a warm and crowded home. In the absence of furniture and decoration I decided to make an advent calendar that made us feel that we were building Christmas slowly, in an almost empty room. It was a great idea that created an increasing anxiety for the arrival of the family time and the holidays. So the next year I repeated it again and since then this simple calendar is one of my favourites!
While in that first year we felt the chill of Christmas time arriving, there are other years when this feeling takes a long time to reach us. Last year, for example, the weather was hot until the end of November and by December it seemed like there wasn’t enough time to miss the cold, the comfortable and busy days of the holiday season. May be because of it, because we are so absorbed in our routines or because we feel repulsion for consumerism and unbridled marketing that defines the end of the year, we often end up not enjoying the vigil and preparation time that characterizes this period of the year.
The advent calendar has served as a support in all these scenarios: it allows us to express the preparation and vigilance or to remember it when we are more distracted!
This is the latest version of our advent calendar. I don’t really appreciate the calendars where you discover a toy or a chocolate… It seems that instead of building Christmas, we are “consuming” it. That’s why I prefer the versions in which something is added every day, put together to create something that is finished just in time of December 25th. In this version we started with some empty autumn branches and, from December 1st on, they get more and more interesting until Christmas arrives…