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Com a chegada das primeiras chuvas, há menos vontade de passar tanto tempo lá fora e começa a saber bem passar mais tempo em casa!
Um dos programas caseiros mais óbvios é actualizar a lista de filmes que ficou por ver durante o verão. Ora, curiosamente, é no outono que mais do que ver novos filmes, eu gosto de rever alguns favoritos ou escolher um tema e procurar filmes relacionados com ele. E, com a onda craft pela qual desenvolvi um grande interesse nos últimos tempos, tenho andado à procura de filmes ou séries de TV onde os chamados “lavores femininos” estão presentes, quer como detalhes quer como principais protagonistas: as mantas de retalhos, o tricô, o crochet, o bordado, por aí fora…
Recentemente lembrei-me em tempos ter visto o filme “How to Make an American Quilt” (1995) com a Winona Ryder, que é sobretudo um romance mas que nos conta muito acerca das mantas de retalhos americanas. Procurei-o incansavelmente, e no primeiro domingo chuvoso deste outono, voltei a vê-lo com atenção redobrada.
Todas as culturas usaram pedaços de pano para fazer painéis de retalhos e assim costurar outras peças de uso quotidiano ou peças de maiores dimensões que envolviam grandes quantidades de tecido. É o caso dos nossos taleigos de que a Rosa se farta de falar e dos famosos quilts ingleses e holandeses.
As mantas de retalhos ou quilts americanos floresceram sobretudo após a chegada dos europeus à América do Norte e, inicialmente, tinham apenas a vertente utilitária de aquecer as camas ou tapar janelas e portas. Por essa razão não se elaboravam com desenhos muito complexos já que os tecidos existentes eram, quase sempre, vindos da europa e tinham de ser usados e reutilizados com sabedoria. Só mais tarde, quando os primeiros tecidos começaram ser produzidos na América e a preços acessíveis, é que as mantas de retalhos começaram a ter características artísticas marcadas com o auge nos quilts de aplicações em meados de 1850.
O filme “How to Make an American Quilt” mostra a história de Finn, uma jovem noiva que vai para a casa da avó, numa aldeia rural com o objectivo de escrever a sua tese de Mestrado. Durante esse tempo conhece as histórias de amor das mulheres que faziam parte de uma Quilting Bee (um grupo de senhoras que se junta para trabalhar num mesmo projecto de patchwork) e que as reflectem numa belíssima manta de retalhos que oferecem a Finn como presente de casamento.
Mais do que tudo, o filme fez-me reflectir sobre o papel dos lavores femininos na história mundial, nas intenções dos trabalhos feitos à mão, nas memórias e afectos que quase sempre guardam consigo e que, mais do que nós, perduram.
Com isto deixo aqui um desafio! Se conhecerem algo semelhante que quisessem partilhar, deixem um comentário no post, no Instagram ou na minha página do Facebook. Eu gostaria muito de conhecer mais coisas relacionadas com este assunto e de partilhá-las convosco ao longo do tempo!
When the first autumn rains finally arrive, there is less willingness to spend time outdoors and it feels good to stay at home!
One of the most common programs is to run a number of films that we didn’t have the opportunity to see during the summer! But, oddly enough, it’s in the fall that more than watch new films, I like to watch some favorites or pick a theme and look for related films. And, with the craft wave for which I developed a great interest lately, I have been looking for films or TV series where women’s craft work is present, both as details or as main protagonists: patchwork, knitting, crochet, embroidery, and so on…
Lately, I remembered of seeing this film “How to Make an American Quilt” (1995) with Winona Ryder, which is mostly a novel but tells a lot about American quilts. I looked for it and, on the first rainy Sunday of the season, I saw it again with both intension and attention.
All cultures in the world used pieces of cloth to make patch panels to sew everyday items or larger pieces that required large amounts of fabric. This is the case of our the Portuguese taleigos that Rosa knowns as anyone or the famous English and Dutch quilts.
American quilts flourished mainly after the arrival of the Europeans to North America and at the beginning only had a pratical use for warming people’s beds or to cover windows and doors. For this reason they did not show very elaborate designs since the existing fabrics were usually sent from europe and had to be used and reused wisely. It was only later, when the first fabrics started to be produced in America at affordable prices, that the quilts began to include more artistic characteristics that reached its climax with the appliqué quilts around 1850s.
The film “How to Make an American Quilt” tells the story of Finn, a young bride who goes to her grandmother’s house in a rural village, to write her master thesis. During this time she ears about the love stories of a group of women who were part of a Quilting Bee and that reflect them in a beautiful quilt that is then offered to Finn as a wedding gift.
More than anything, the film has made me think about the role of women’s crafts in the world history, the intentions, the memories and affections of their hand-made works that, more than us, can last forever.
Now I have a challenge for you! If you know other films or series that you wish to share, please leave a comment below the post, on my Instagram or on my Facebook account. I’d love to known more about this and share it here!
2 Comments
Eu adoro esse filme 🙂 Dava imensas vezes no Hollywood!
Pois dava! Eu nunca tinha conseguido vê-lo do início ao fim. Mas já tinha apanhado todo o filme por partes!